- Doze paus na vertical, um deles inclinado para um quadrado. Doze paus na vertical, todos os insectos foram mortos e agora a perturbação do estático. Doze paus na vertical,uma entrada qualquer a afastá-los, aquele dia, um dormir profundo, um dormir equivocado.
- Doze paus a deslizarem, cima, baixo, sem som, tu, ele, uma mãe que interrompe o quadrado, uma mulher a criar um triângulo.
- Uma ambulância. Doze luzes intermitentes e quatro mãos a ampararem a vida num quadrado.
- Doze paus na vertical, quatro ângulos a dobrarem-se, as minhas costas, um cravo sem aviso, uma cadeira de rodas, a mão a fechar o grito do medo, do desejo da mentira. Um balde de tinta pronto a ser atirado ao cenário.
- Um leve odor a sardinhas. O estendal cruel da vizinha, doze paus a pesarem nas telhas, uma casa a ruir para o centro do mundo, com a semente de uma doença eterna.
- Doze paus a acordarem o enfermo, quatro frases de reconhecimento, um abraço de perdão, as promessas de anjos caídos. O horror.
- A vida cravada em doze estacas, o dia seguinte chegado, umas cuecas quase emprestadas, o teu suor conversador.
- O disco de doze temas, a mudez de uma gaveta a fechar-se, o barulho de um quadro cheio de garfos.
- O dia sempre a pôr-se.
- Um cão a sentir por todos, o vento naquela noite a cegar-me as suspeitas.
- O fim a gasear-se numa aresta, o rolo novo não será doze fotografias, amanhã é feriado, a indiferença. Respirar devagar.
- Doze paus na vertical, um que cai azulado: o encontro que foi nosso Judas.
quarta-feira, outubro 18, 2006
Epílogo
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