estás quase a apanhar o avião que te leva destas tuas interrupções; sei que não dura muito mais a tua vizinhança; sei porque começo a chorar subitamente, o coração acelera, está na hora: quando voltas?
estás quase a voltar para esse país frio e quando acontece o estares quase a voltar para esse país frio há uma faca que me apanha distraída, na alegria que dizes predominar-me, e que corta todas as arestas do meu sorriso, da minha tranquilidade, da minha vontade. é assim um terramoto num pormenor: estou a fumar um cigarro, confortável na minha sensualidade, e deixo de ouvir a voz que fuma comigo. resta-lhe apenas um calacanhar e nele vejo o peso, o espaço, a textura, o horror da tua ausência.
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