este rosto que vês hoje, assim sem deixar adivinhar que sou magrinha
não sei bem como o vês: talvez nas tuas pálbebras um espelho, e o meu olhar trema como as mãos, assim triste, assim excitado, assim calmo, assim morto, assim a nascer
(para ti)
este rosto que vês hoje passou todo nas minhas costas
e ontem - imagina - os meus dedos não aqueciam, na cama, uma insónia à conta de dedos frios
uma agonia em extremidades
mãos frias, mãos mortas
vai bater àquela porta
não dou pelas mudanças - digo - excepto ontem e hoje, que as sinto todas
esta calma desconhecida, este vazio de ansiedade
este silêncio de medos
fosse uma pele cheia de cheiro a fazer-me assim, hoje tão ondulante,
mas sabes bem que não, que não, que não:
rendi-me.
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