Quem tira as forças das memórias espera que quem desenha algumas aparentemente boas não as trate com azeite quente. A ansiedade corta-lhe o coração verticalmente e a dor tem essa direcção. Telefona à voz que ouve com mais atenção. Não é só a palavra que busca mas o consolo daquele respirar que entra no ouvido que há três dias era usado apenas para a exitar. Ouve:
- Ironize.
A ansiedade amarra-se no tórax. Diz:
- Vou deixar de respirar.
Deixa-se acalmar pela sabedoria da voz que ouve com mais atenção. O coração reconhece. Fuma na doença adiada a voz que insiste:
- Não tenha medo. É esse medo que os seus lobos querem que tenha.
Começa a respirar e a sentir. Sobretudo a sentir.
As ancas voltam ao lugar.
1 comentário:
O Homem é o lobo do Homem
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