quarta-feira, dezembro 27, 2006

veneno

com uma reforma de dez dias para gozar, pede ajuda sempre que acorda: o silêncio de não ter de se apressar e, nesse silêncio, que é o vazio dos pretextos, está aterrorizada.
saberá alguém dessa (sua) reclusão?
os demónios todos a aproveitarem o carro que não sai do parque em frente:
- hoje ficas por cá?
a cabeça cheia do seu veneno, o medo de se perder nele, o tempo sem o amparo dos horários.
- vais chorar, doida?
talvez ficar de pé, a provar o equilíbrio; talvez correr à frente do medo, a cansar a ansiedade; talvez pegar no telefone, a descobrir uma pessoa.
isto dói.

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