eu seco o teu cabelo. eu limpo os cantos da tua boca. eu desato os nós desses dedos.
se quiseres, fico calado, a assistir ao teu silêncio, quietinho, com um copo de leite morno na mão, à espera que digas passa-mo cá, à espera que nada digas e que o leite arrefeça, como os teus pés, azuis de frios.
eu lavo as tuas axilas. eu perfumo a tua barriga. eu humedeço as tuas chagas com a minha língua.
se quiseres, fico deitado, como tu, a olhar o mesmo tecto, e não me permito movimento algum, apenas o da tua respiração, até que me digas chega-te para lá, até que mais alguém te seja desconfortável.
eu massajo os teus joelhos. eu lavo os teus dentes. eu limpo os teus ouvidos.
se quiseres, levanto esse corpo da cama e levo-o a passear pelo corredor, até que me digas estamos exaustos, até que me digas deixa-me partir.
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