domingo, abril 15, 2007

sobras

Os poros de lã contra os dela, de pele.
Uma frase a soltar-se: dá-me uma dose, dá-me uma dose, só uma dose.
As mãos suaves, a dosearem a raiva, nos ombros desossados.
Dá-me uma dose, só uma dose, só uma dose.
Naquela sacristia, o suor a borbulhar nos poros de lã.
O medo: a sua dose.

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