cada Sábado um instante, mas depois uma facada, enche-se de sangue, as palavras estão gastas, são muitos séculos e muitas pessoas a utilizarem palavras, por isso é com muito ódio que se força a dizer que depois do sangue vem o tal cansaço e a raíz da ansiedade semanal, mais um frasquinho de veneno para a soma dos instantantes inúteis, como este homem, que lhe ataca os vícios como um soco nos rins e que está de perfil. ela olha-o e vê quatro olhos na sua face. dois onde devem estar e mais dois um pouco mais abaixo e o homem fala como se ter quatro olhos fosse normal, mas ele tem mesmo quatro olhos, e talvez ao acordar ela se dê conta que aquele peixe gigante que a sangra como nenhum outro tem sempre duas intenções, e daí o horror de quatro olhos; casa sábado um instante e o sangue dá nestes sonhos. deita-se no divã e perguntam-lhe pelo seu poder. a música soa sempre muita alta, ela tem, sim, muito poder, mas depois vem uma facada, enche-se de sangue, sonha com um rosto com quatro olhos, atira as pessoas pela janela, faz de todos os rituais o retrato da sua tese sobre os afectos e vai à sua vida, com a raíz da ansiedade semanal bem semeada.
bebe muita água.