olha fixamente a mãe, esconde um coração que marcou cento e cinquenta num papelinho, cruza os dedos já sem peles, olha fixamente a mãe e diz: eu não quero falar nisso, nisto. tem uma análise mortal diante de si e insiste: eu não quero pronunciar-me sobre isto. chegou o tempo de não ser a minha vez; chegou o tempo de mudar de interlocutor.
fecha os olhos e senta-se, com 10 anos, no cimo das escadas. o pai pediu-lhe que falasse sobre o texto que escrevera na escola. muito bem escrito, filha. mas passa-se alguma coisa contigo? estás triste? por que é que descreveste com tantos pormenores uma pessoa a morrer lentamente nos braços da melhor amiga? viste alguma coisa na televisão?
este é o primeiro episódio. da sua intensidade.