Anda a ler exortações. Deus traiu os séculos todos e afinal não existe. É por isso que a cama dói de noite. A dor é sempre uma ausência. Por isso dor e solidão são a mesma coisa. Imagina uma pergunta, o que te fez sofrer?, e sabe a sua resposta, foi o normal, amor e morte, se é que não são sinónimos. De noite concentra-se na mão direita, no antebraço, no pescoço, na testa, nos olhos, e por aí fora, obediente aos exercícios descritos numa folha, vencer a ansiedade, pensa: deus não existe, e masturba-se com rapidez, até matar deus de vez, que já era apenas uma ausência, até dizer, enquanto se esfrega: que restará de deus se pensar nele em minúsculas?
De manhã, quando lhe dizem que o jornal não chegou, perde a cabeça e explode a chorar.
De manhã, quando lhe dizem que o jornal não chegou, perde a cabeça e explode a chorar.
5 comentários:
Isabel querida!
Amor e morte nunca serão sinónimos.
Lamechices à parte, são antónimos perfeitos.
A recorrência do tema Deus/deus nos seus textos é intrigante. A(s) mulher(es) dos seus posts procura(m) sempre matá-L(/l)o, mas é um comportamento tão recorrente que sugere que E(/e)le sobrevive a todas as tentativas.
Bom dia Isabel,
Já passei por aqui várias vezes mas nunca comentei. O que escreve é de uma profundidade tal que merece comentários à altura e a verdade é que nem sempre tenho tempo.
Este parece-me um caso claro de culpa, de alguém que nos tempos modernos tem que conviver com uma educação religiosa, e que é temente a Deus mesmo se abalada a sua Fé.
Voltarei para ler e comentar os outros posts. Obrigada!
Stella
Culpa ainda que sem culpa, pois afinal foi Deus que nos fez com o corpo que temos, para lavar, vestir, alimentar e... dignificar ;)
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