sábado, junho 23, 2007

TU POSSÍVEL

ONTEM, QUANDO FALEI DE TI, FIQUEI ASSIM POR DENTRO, UMA EXPANSÃO O TU SERES UM TU QUE É POSSÍVEL, MESMO QUANDO ESTÁS FEITO NUMA PALAVRA, QUE É O TEU NOME: DIGO ASSIM: POR ACASO FALEI SOBRE ISSO HOJE COM O N., E QUANDO O TEU NOME SAI DOS MEUS LÁBIOS, INTERROMPO A EXPRESSÃO MUSCULAR QUE OS OUVINTES ESPERAM DAS MINHAS SOBRANCELHAS, PORQUE ME EXPLODES NUMA VAGA DENSA, QUENTE, UMA MEMÓRIA JÁ, COMO SÓ QUEM É UM TU POSSÍVEL PODE SER, ESTOU ALI NUMA MESA, ADORMECES-ME O CORPO PORQUE ME DÓIS, SÓ ME DÓI O QUE É VERDADE, E CRESCES ASSIM SEM AVISO, NO MEIO DE DUAS PALAVRAS: POR ACASO HOJE FALEI SOBRE ISSO COM O N.: E PARECE-ME OUVIR: ISABEL, EM QUE PENSAS?, MAS SERIA MAIS CERTO: ISABEL, ONDE ESTÁS? TU NÃO IMAGINAS O QUE ME ACONTECEU ENTRE DUAS PALAVRAS: POR ACASO HOJE FALEI SOBRE ISSO COM O N.: O MUNDO CONGELOU-SE NUM SEGUNDO E, COMO EXPLICAR?, ESTA DOR, TU, AS NOSSAS MESAS, NÃO, TU, O QUE SINTO POR TI, NÃO, TU, UM INVASOR SEM ARMAS DE FOGO, ATÉ NÃO RESTAR NADA DE MIM, FIQUEI PARA ALI OCUPADA POR TI, QUANDO O TEU NOME SAIU DOS MEUS LÁBIOS ENTRE DUAS PALAVRAS: POR ACASO HOJE FALEI SOBRE ISSO COM O N.: ESTÁ A DOER-ME NÃO CONSEGUIR EXPLICAR ISTO, PORQUE QUASE ME NÃO PERTENCE, TALVEZ ENTENDAS, PORQUE ME ENTENDES TUDO, ERAS TU A ABRANDARES A ÂNSIA COM QUE FALO NAS MESAS TODAS, SEM PARAGENS QUE ME DENUNCIEM, ERAS TU A ACAMARES-ME EM TI, NO QUE SINTO EM TI, CONTIGO, PODE SER ISTO O AMOR?, UMA NOSTALGIA PELA QUAL SE CHORA SEM RESSENTIMENTO, ANTES COM INTENSA COMOÇÃO, ERAS TU, OU A MEMÓRIA DE TI, AS NOSSAS MESAS, UM TU POSSÍVEL, NÃO, ERAS TU, MAS O QUE ME DOEU FOI SENTIR QUE ERAS EU, SEM NINGUÉM PODER ENTENDER UMA COISA DESTAS, ISABEL, ONDE FOSTE?, SABER QUE FUI EU POR DOIS MINUTOS E SABER QUE SÓ TU ENTENDERIAS ESTE TEXTO CARDÍACO E SABER, QUASE CHORANDO, O QUANTO PRECISO DE UM ABRAÇO TEU, FOSSE QUANDO AS COSTAS DAS MINHAS CADEIRAS NÃO ME AMPARAM.

7 comentários:

esparguete_juridico disse...

Haverá sempre o abraço que nos espera, não a ténue memória do encanto, ténue apesar de toda a sua pelnitude de força e encanto quando nos é vedada. Mas na verdade, poderá sempre haver um novo abraço, um abraço que emerge do passado ou do FUTURO.

Anónimo disse...

Que pena não ser eu...

rita disse...

a vida em caminhos turvos e pouco iluminados, tantas cadeiras que nos partem o apoio e tantas mesas que vazias a um segundo olhar; ainda há três anos falei sobre isso contigo e parece que agora, parece que ainda, onde as nossas certezas que não as acho?

Anónimo disse...

Não é isso o amor.

P disse...

Texto cardíaco... sem palavras, cardíaco mesmo.

Anónimo disse...

Não sei se é isto o amor, Isabel, sei que é forte, ansioso, louco.
Tu saberás melhor que ninguém!

Anónimo disse...

Gostava de saber se é real... se é devido a alguém em carne e osso. Fica o desejo. Fica a esperança.