domingo, março 04, 2007

até sempre, minha querida

não há como atar à volta do meu coração cordas tão fortes que o agarrem na tua ausência. essa força seria a que o tempo dá à saudade, acalmando-a, mas tu nunca serás uma recordação, minha querida, porque a tua força é seres, mesmo de partida, o mais intenso poema que me visitou, e esse, numa estrada segura, não se dissolve.
talvez se dissolva apenas o verde dos teus olhos no castanho dos meus e o mundo me surja mais sentido; nele uma consciência nova que me consola, onde a tua morte se transforma no amor que ponho com mais força, por ti, e em ti, nos nossos gestos.
obrigada, minha querida. continuamos de mãos dadas.

3 comentários:

Alexandre disse...

a ausência presente... um dos enigmas que nos persegue, que só diz respeito a quem sente que alguém continua presente mesmo quando o corpo já não tem forma... mas a alma sim, a alma tem sempre a forma que lhe quisermos dar...

Beijinhos! Bom lançamento do livro amanhã.

iel_b disse...

Nenhuma perda é real enquanto a alma não sentir a perda física, esquecendo o sentimento de amor guardado no mais profundo e valioso espaço de cada um.

Лев Давидович disse...

Como sempre, a prosa poética ;D