Hoy como Ayer
Mañana como Hoy
Gustavo A. Bécquer
Ela a querer muito as condições de um regresso.
Como hoje, um acaso.
Anda a lutar contra o tempo com o próprio tempo.
Dói em segredo como a dor de uns pais de sorriso triste.
Dias raros, sem amparo, um pretexto: voltou, trémula.
Atreveu-se. Uma voz, um acaso a dizer-lhe que regresse.
É sempre uma pessoa que a morre; é sempre uma pessoa
Que a perdoa.
Regressa, então.
Lutando contra o tempo com o próprio tempo.
Os dias sem amparos são unidades de tempo.
E talvez um dia um desconhecido a faça parar de tremer
Ou agradeça o seu tremer
Ou entenda o seu tremer
Diria: eu não te estranho.
O luto está feito e ela sabe que hoje é ontem e que
Amanhã é hoje.
Dói. Mas vive-se.
8 comentários:
Tanto quanto posso perceber, direi, sim: eu não te estranho.
P
Lê sobre a psicanálise do duplo!
Best Regards
PS: v. Ralph Tymms.
Obrigado pelo regresso
abraço
P.
Que bom que regressou à blogosfera :)
Sê bem vinda a este blogue cheio de frugalidade e de ímpeto. Um abraço.
Obrigado por ter voltado, por nos prender com mais escritos. Sabe, a Isabel (se me permitir este trato) foi uma inspiração para mim: sempre escrevi, mas depois de a ler resolvi criar o meu blog, onde "guardo" os meus textos, em vez de os perder em gavetas, blocos de notas em desuso e cadernos velhos. É inegável que não tenho o seu talento para a escrita, mas a vida foi, porventura, boa demais ao não me trazer a dor que, direi, transporta, e que transpõe para alguns dos textos mais bonitos e tocantes que já tive o prazer de ler. Ainda assim, escrevo. Escrevo mais, escrevo sem o medo de perder rascunhos de mim, escrevo com a ousadia de poder ser lido. Sem o saber, fez muito por mim. O meu muito obrigado.
Seja bem vinda de volta!
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